quinta-feira, 21 de maio de 2009

Psicologia

A psicologia (do grego Ψυχολογία, transl. psykhologuía, termo derivado das palavras ψυχή, psykhé, "alma", e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo") é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal (para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada) ou seja utilizando a metodologia da comparação. O objeto de estudo dessa ciência contudo ainda hoje é alvo de controvérsias especialmente quanto as distinções ou necessidades de estudo da mente em oposição ao estudo da comportamento.

Para A. R. Luria eminente psicólogo soviético um dos fundadores da neuropsicologia a psicologia do homem deve ocupar-se da análise das formas complexas de representação da realidade, que se constituíram ao longo da historia da sociedade e são realizadas pelo cérebro humano incluindo as subjetivas formas da atividade consciente sem substituir essas pelos estudo dos processos fisiológicos que lhes servem de base nem limitar-se à descrição exterior dos mesmos.

Segundo esse autor além de estabelecer as leis da sensação e percepção humana, regulação dos processos de atenção, memorização (tarefa iniciada por Wundt que o consagrou, à contragosto, e a que se dedicaram os primeiros psicólogos), na análise do pensamento lógico, formação das necessidades complexas e da personalidade. Considera esses fenômenos como produto da história social (compartilhando, de certo modo coma a proposição da relegada (na época) publicação Volkerpsichologie (Psicologia cultural) de Wundt e com as proposições de estudo simultâneo dos processos neurofisiológicos e determinações histórico-culturais, realizadas de modo independente por seu contemporâneo Vigotsky) (Luria, 1979)

Outro objeto de estudo da psicologia, inclusive compartilhado com a psiquiatria, são as personalidades inadaptáveis com comportamentos desviantes, chamados de doentes mentais pela psicopatologia. Considerando a relação mente – corpo como uma unidade, como vem sendo demonstrado progressivamente desde os primórdios fundação da psicologia como ciência (distinguindo-se da filosofia), e a partir desse pressuposto básico da existência de um monismo - e não um dualismo como Descartes apregoou - este ramo do conhecimento tem seus estudos voltados a esse axioma principal. Entre outras atuações que esta ciência permite ao profissional da área, estão a explicação dos mecanismos envolvidos em determinados comportamentos, assim como preveni-los e modificá-los.
A psicologia é uma ciência considerada tanto das áreas sociais, ou humanas, como da área biomédica (por exemplo, a neuropsicologia faz parte deste espectro), assim ela é estudada tanto em métodos quantitativos como em métodos qualitativos. Estes métodos aplicam-se ao estudo dos processos psíquicos, geradores de comportamentos e vice-versa.

Os estudos clássicos em psicologia baseavam-se justamente nos comportamentos, que eram diretamente observados, que faziam com que o psicólogo inferisse um processo psíquico; porém, com os avanços das neurociências na actualidade entre os quais destaca-se a psicofarmacologia a análise de imagens do cérebro, também é possível, mesmo que rudimentarmente, estudar os processos psíquicos na sua origem.
A introspecção é outro método para chegar aos processos conscientes. Todavia, esta introspecção é um processo que necessita ser acompanhado e guiado por um psicoterapeuta, dada a dificuldade intrínseca que comporta. Isto deve-se ao facto de cada um de nós possuir mecanismos defensivos (que não dependem da nossa vontade) que têm como função impedir o acesso aos produtos do nosso inconsciente como forma de nos proteger da desorganização mental.

Na proposição psicanalítica uma das primeiras correntes da psicologia a propor a validade da instrospecção como método, o efeito da interpretação realizada pelo terapeuta, desse conteúdo inconsciente (insight) na remoção de sintomas ou transformações de comportamento é, entre outros métodos, o que comprova a validade da teoria psicanalítica a partir da experiência clínica. O estudo de casos clínicos é a sua forma principal de adequação à metodologia científica existem porém, vários outros métodos desenvolvidos, cada um para estudo de um ou mais processos mentais entre os quais análise dos símbolos, mitos e obras de arte (proposta por C. G. Jung) e os testes projetivos.

Cabe à psicologia estudar questões ligadas à personalidade, à aprendizagem, à motivação, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso de modo integrado ao conjunto de disciplinas que formam a Neurociência, e também à Comunicação Interpessoal, ao desenvolvimento, ao comportamento sexual, à agressividade, ao comportamento em grupo, aos processos psicoterapêuticos, ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor com especial atenção aos processos afetivos ou cognitivos do sofrimento (ansiedade, depressão etc., além de todos os outros processos psíquicos e comportamentais não citados.

História e sistemas da Psicologia

Esta parte da psicologia é importante para o estudo, pois é nela que aparecerão as principais críticas acerca de cada escola de pensamento. Recomenda-se o estudo da história e dos sistemas da psicologia a qualquer acadêmico, já que este estímulo inicial o ajudará na atuação como profissional.
Em seus estudos de epistemologia filósofo Bachelard coloca o historiador de uma ciência no papel de juiz dos valores de verdade referentes a essa ciência a partir de seu estado da arte na actualidade.
Junto ao estudo da história, observa-se também as inúmeras correntes teóricas. Cada escola com seu foco de estudo, o que as torna diferentes em alguns ou vários parâmetros. Uma escola surge normalmente contrapondo-se ou complementando uma escola anterior.

Início, o Estruturalismo

Considera-se como fundador da psicologia moderna Wilhelm Wundt, por ter criado, em 1879, o primeiro laboratório de psicologia na universidade de Leipzig, Alemanha. A psicologia se tornou uma ciência independente da filosofia graças a Wundt, nos finais do século XIX. Foi a partir deste acontecimento que se desenvolveram de forma sistemática as investigações em psicologia, através de vários autores que a esta ciência se dedicaram, construindo múltiplas escolas e teorias.

Wundt criou o que, mais tarde, seria chamado de Estruturalismo, por Edward Titchener; cujo objecto de estudo era a estrutura consciente da mente, as sensações. Segundo esta perspectiva, o objectivo da psicologia seria o estudo científico da Experiência Consciente através da Introspecção. Titchener levou a idéia da psicologia para os Estados Unidos da América, modificando-a em alguns pontos. As principais limitações do Estruturalismo residem no facto de a introspecção não ser um verdadeiro método científico incontestável e de esta corrente excluir a psicologia animal e infantil. Esta corrente foi praticamente extinta em meados do século XX.

Funcionalismo

O funcionalismo é o modelo que substitui o estruturalismo na evolução histórica da psicologia, sendo o seu principal impulsionador William James. O principal interesse desta corrente teórica residia na utilidade dos processos mentais para o organismo, nas suas constantes tentativas de se adaptar ao meio. O ambiente é um dos factores mais importantes no desenvolvimento. Os funcionalistas queriam saber como a mente funcionava, e não como era estruturada.

Behaviorismo

A maior escola de pensamento americana surgiu no início do século XX, sendo influenciada por teorias sobre o comportamento e fisiologia animal. A tradução da palavra inglesa behavior é "comportamento", portanto, o foco de estudo do comportamentismo ou comportamentalismo (título traduzido) é o comportamento observável, e o condicionamento é o método utilizado nesta escola. Foi fundada por John B. Watson (behaviorismo metodológico), que acreditava que o controle do ambiente de um indivíduo permitia desencadear qualquer tipo de comportamento desejável. Traz do funcionalismo a aplicação prática da psicologia; o seu foco está na aprendizagem. Erroneamente, muitos divulgam que através desta perspectiva não se pode estudar cientificamente os pensamentos, desejos e sentimentos, entretanto, o próprio Watson tem extensos trabalhos sobre pensamento e emoções humanas.
Foi influenciado, inicialmente, pelas teorias de Ivan Pavlov e Edward L. Thorndike. E, posteriormente, pelas teorias do operacionismo. Foi Burrhus Frederic Skinner o maior autor neocomportamentalista, levantando a tona seu condicionamento operante e a modificação do comportamento (Behaviorismo Radical).

No meio do século XX, vários autores escreveram sobre o pensamento e a cognição. Diziam fazer parte do comportamento este pensamento, estava sendo criada uma divisão no behaviorismo: a psicologia cognitiva. Alguns autores desta escola foram Albert Bandura, Julian Rotter e Aaron Beck. Estes falavam que o comportamento pode ser entendido também a partir da cognição e que o aprendizado pode existir sem a necessidade de condicionamento em laboratório, mas pela observação e elaboração do que foi visualizado. É chamada de a primeira grande força da psicologia.

Gestalt

Fundada dentro da filosofia por Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler , a gestalt traz novas perguntas e respostas para a psicologia. Ela se detém nos campos da percepção e na visão holística do homem e do mundo. A palavra gestalt não tem uma tradução exata para o português, mas pode ser entendida como "forma", "formato", "configuração". Critica principalmente a psicologia de Wundt, que é chamada de psicologia do "tijolo e argamassa", pois vê a mente humana dividida em estruturas.

O gestaltismo mais conhecido como psicologia da forma que surge na Alemanha, no incio do século XX. Em oposições clara a J. Watson, seus mais importantes representantes foram Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler. Seus estudos partiam da experiência imediata, utilizando como método a fenomenologia. Segundo esses estudiosos, os fenômenos da percepção, da memória e da afetividade eram vivenciados sob forma de estruturas. Eles recusavam a idéia de Watson, para quem o comportamento era unicamente dependente do estimulo (relação conhecida como estímulo-resposta ou E-R), afirmando que a forma resultante de um processo de percepção era muito mais que a soma das partes. O gestaltismo trazia como preocupação central a necessidade de se relacionar a experiência imediata dos sujeitos com a natureza física e biológica e com o mundo dos valores socioculturais.
A gestalt preocupa-se com o homem visto como um todo, e não como a soma das suas partes (o lema da gestalt é justamente este: "O todo é mais que a soma das suas partes"). No ano de 1951, Frederic S. Perls cria a teoria Gestalt-terapia, que contou com os colaboradores Laura Perls e Paul Goodman, com base na filosofia de Martin Buber, das terapias corporais de Reich, em filosofias orientais, na teoria organísmica de K. Goldstem, na teoria de campo de Kurt Lewin, no holismo e em outros.

Psicanálise

A psicanálise teve seus primórdios com Sigmund Freud (1856-1939) entre o fim do século XIX e início do século XX através dos estudos sobre a histeria, acompanhado primeiramente pelo seu mestre, Charcot. Este havia descoberto que a histeria era doença de caráter ideogênico, ou seja, baseado nas idéias e não originada de distúrbios orgânicos, e portanto não era uma doença tipicamente feminina, do útero (Hysteron em grego significa "útero").
Também pode ser-lhe creditado a hipótese de que a histeria fosse efeito de uma dissimulação, uma vez que o sintoma poderia ser evocado e suprimido por força da sugestão ou da hipnose. Isso foi descoberto devido a sugestão hipnótica, pois pessoas que não apresentavam histeria, poderiam ser sugestionados a apresentar sintomas histéricos tais como a conversão. Freud, ficou impressionado com o método hipnótico e o estudo da histeria. Passou, então a praticar o método de Charcot, que mais tarde ganhou um diferencial, a catarse, estudado conjuntamente com seu colega Breuer. Com o livro dos dois, Estudos sobre a Histeria, foi fundado a psicanálise. O método hipnótico foi abandonado por Freud, dentre outros motivos, por apenas suprimir os sintomas temporáriamente sem que promovesse a cura, e também, como modo de atender a uma paciente (Fräulein Elizabeth), que havia lhe pedido para apenas falar, sem a hipnose. Foi denominada por ela a psicanálise como a "cura pela fala". Freud então foi modelando sua teoria, sendo caracterizada fundamentalmente por investigar o inconsciente, ganhando contornos da sexualidade, principalmente as pulsões da sexualidade infantil, tópico este polêmico para a sociedade da época. Cabe dizer que o termo sexualidade confunde-se até hoje em dia, no senso comum, com sexo e no entanto para Freud a sexualidade dá conta da organização do prazer e a construção psíquica dos meios para satisfazê-la.
Outro personagem importante da psicanálise é Carl G. Jung, primeiro presidente da sociedade psicanalítica. Com o avanço da teoria de Freud em cima da sexualidade infantil, Jung, que não concordava com o que Freud dizia acerca do assunto, rompe com o psicanalista e segue outro caminho, criando uma nova teoria, denominada psicologia analítica. A sua proposta foi de "dessexualizar" o ego. Mas Freud retifica o ex-colega, dizendo que "o ego possui várias naturezas das pulsões, mas a pulsão sexual é a que ganha mais investimento". Duvidaram que Freud tivesse "criado" o termo inconsciente, mas tal conceito foi feito anos antes, e Freud utilizou-se dele com outro sentido, encarregando-se de criar uma teoria toda em cima do termo: antigamente, inconsciente significava não-consciência e, na psicanálise, inconsciente significa uma outra ordem, com outras regras, um dos elementos do aparelhos psíquico, constituído por pensamentos, memórias e desejos que não se encontram ao nível consciente mas que exercem grande peso no comportamento. Este é o mérito de Freud. Após a morte de Freud, a psicanálise teve muitos membros que a cisionaram, criando obras chamadas neopsicanalíticas Anna Freud (filha de Sigmund Freud), Melanie Klein, Lacan, Bion, Winnicott etc.) ou outras teorias diferentes (Carl G. Jung, Alfred Adler, Erik Erikson, Carl Rogers etc..

A psicanálise hoje se apresenta de várias formas, que são a psicanálise ortodoxa, a psicanálise nova (ou neopsicanálise) e a psicologia de orientação analítica (utilizada não só por psicanalistas formados, mas também por psicólogos não especializados), todas com algumas peculiaridades.

É a segunda grande força de psicologia, e segundo o Conselho Federal de Psicologia Brasileiro e demais CRPs, a psicanálise é aceita no meio acadêmico, porém só pode ser utilizada de forma integral com uma especialização, caso contrário deve-se utilizar da técnica de psicoterapia de orientação psicanalítica.

Humanismo

O enfoque da psicanálise no inconsciente, e seu determinismo, e o enfoque na observação apenas do comportamento, pelo behaviorismo, foram as críticas mais fortes dos novos movimentos de Psicologia surgidos no meio do século XX. Na verdade o humanismo não é uma escola de pensamento, mas sim um aglomerado de diversas correntes teóricas. Em comum elas têm o enfoque humanizador do aparelho psíquico, em outras palavras elas focalizam no homem como detentor de liberdade, escolha, sempre no presente. Traz da filosofia fenomenológico existencial um extenso gabarito de idéias. Foi fundada por Abraham Maslow, porém a sua história começa muito tempo antes.

A Gestalt foi agregada ao humanismo pela sua visão holística do homem, sendo importante campo da Psicologia, na forma de Gestalt-terapia. Mas foi Carl Rogers, um psicanalista americano, um dos maiores exponenciais da obra humanista. Ele, depois de anos a finco praticando psicanálise, notou que seu estilo de terapia se diferenciara muito da terapia psicanalítica. Ele utilizava outros métodos, como a fala livre, com poucas intervenções, e o aspecto do sentimento, tanto do paciente, como do terapeuta. Deu-se conta de que o paciente era detentor de seu tratamento, portanto não era passivo, como passa a idéia de paciente, denominando então este como cliente. Era a terapia centrada no cliente ( ou na pessoa) Seus métodos foram usados nos mais vastos campos do conhecimento humano, como nas aulas centradas nos alunos, etc. Apresentou três conceitos, que seriam agregados posteriormente para toda a Psicologia. Estes eram a congruência (ser o que se sente, sem mentir para si e para os outros), a empatia (capacidade de sentir o que o outro quer dizer, e de entender seu sentimento), e a aceitação incondicional (aceitar o outro como este é, em seus defeitos, angústias, etc.). Erik Erikson, também psicanalista, trouxe seu estudo sobre as oito fases psicossociais, em detrimento às quatro fases psicossexuais de Freud, onde todas as fases eram interdependentes, e não necessariamente determinam as fases posteriores; para ele o homem sempre irá se desenvolver, não parando na primeira infância. Viktor Frankl, com sua logoterapia, veio a acrescentar os aspectos da existência humana, e do sentido da vida, onde um homem, quando sente um este vazio de sentido na vida, busca auxílio pois não se sente confortável em viver sem sentido ou ideais. Diz também que eventos muito fortes podem adiantar a busca pelo sentido da vida. Tais eventos podem criar desconforto, trauma intenso, mas podem criar um aspecto de fortaleza no indivíduo.

Pirâmide de Maslow.

Maslow trouxe, para a psicologia que havia fundado, estes autores, agregando, ainda seus estudos sobre a pirâmide de necessidades humanas. Para ele, as necessidades fisiológicas precisam ser saciadas para que se precise saciar as necessidades de segurança. Estas, se saciadas, abrem campo para as necessidades sociais, que se saciadas, abrem espaço para as necessidades de auto-estima. Se uma destas necessidades não está saciada, há a incongruência. Quando todas estiverem de acordo, abre-se espaço para a auto-realização, que é um aspecto de felicidade do indivíduo. Esta é hoje a terceira grande força dentro da psicologia.

Psicologia Transpessoal

Maslow estava insatisfeito com sua própria teoria, dizendo que faltava-lhe o facto de o homem ser um ser espiritualizado. Para ele, era importante a espiritualidade e as características da consciência alterada, teoria de Stanislav Grof. Criou então, com ajuda de outros psicólogos, uma teoria que era abrangente nesse aspecto. Incorporou idéias de Carl G. Jung, que era um estudioso dos aspectos transcendentais da consciência, na Psicologia transpessoal. Esta fala de vários níveis de consciência, que vão do mais obscuro, (a sombra), até o mais alto grau de consciência, o transpessoal. Por ter seu foco na consciência e seus aspectos, foi também chamada de psicologia da consciência. Seu estudo é recente e traz características que necessitam de um aprofundamento maior.

Psicologia Cognitiva

Tendo em seus primórdios, entre outras, as teorias de Jean Piaget, a Psicologia Cognitiva é um dos mais recentes ramos da investigação em psicologia, tendo se desenvolvido como uma área separada desde os fins dos anos 1950 e princípios dos anos 1960, diferenciando-se das influências behavioristas da época por afirmar a existência de estados mentais internos como: o desejo; as motivações (consubstanciação do desejo, consciente ou inconsciente, na conduta dos indivíduos); e as crenças (sistema de suposições desejadas, consciente ou inconscientemente, individual ou coletivamente).

O termo "Psicologia Cognitiva" começou a ser usado com a publicação do livro Cognitive Psychology de Ulrich Neisser em 1967. Desde então, o paradigma dominante na área foi o do processamento de informação, modelo defendido por Broadbent. Neste quadro de pensamento, considera-se que os processos mentais são comparáveis a software a ser executado num computador que neste caso seria o cérebro. As teorias do processamento de informação têm como base noções como: entrada; representação; computação ou processamento e saídas.

A partir dos estudos em Psicologia Cognitiva, desenvolveu-se a Terapia Cognitiva (ou Cognitivo-comportamental), por Aaron Beck, ex-psicanalista norte-americano. Sua ênfase está na investigação e remodelamento das crenças, esquemas e pensamentos disfuncionais que gerariam os distúrbios psicológicos.

Psicodrama

Psicologia Analítica

Áreas de atuação

As áreas de atuação da Psicologia são várias, sendo em muitas delas auxiliadas por outros campos do conhecimento humano, como a Sociologia, a Pedagogia, a Medicina, entre outros Para maiores detalhes ver o verbete Psicologia Aplicada. As principais áreas são:

Neurociências
Neuropsicologia
Psicologia Ambiental
Psicologia Clínica
Psicologia Comparada
Psicologia Comunitária
Psicologia da Forma (Psicologia da Gestalt)
Psicologia da Moda
Psicologia da Saúde
Psicologia Diferencial
Psicologia do Desenvolvimento
Psicologia dos Grupos
Psicologia do Trabalho
Psicologia Econômica
Psicologia Educacional
Psicologia Esportiva
Psicologia Experimental
Psicologia Forense
Psicologia Hospitalar
Psicologia Industrial
Psicologia Integral
Psicologia Jurídica
Psicologia Metafísica
Psicologia Organizacional
Psicologia Social
Psicometria
Psicopatologia
Sexologia
TCC - Terapia Cognitiva Comportamental
Psicoterapia Corporal

O que o psicólogo faz?

O psicólogo, em sua graduação, pesquisa novos caminhos a partir de dados já existentes; forma opiniões convergentes ou divergentes, podendo ser na forma de crítica ou avanço em uma determinada pesquisa; monta estudos com bases em experimentos, observação, estudos de casos, análises neurológicas e farmacológicas, além de estudar em grupos multidisciplinares vários outros conteúdos.

As áreas mais conhecidas desta criação científica são a Psicologia Social, a Psicometria, a Psicologia Experimental, a Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia Metafísica, a Neuropsicologia e a Psicopatologia. Esses estudos criam teorias que são utilizadas na Psicologia Aplicada, que como o nome diz, é a aplicação dos constructos teóricos em áreas específicas.

Esta Psicologia Aplicada está inserida nos mais diversos campos da sociedade, resolvendo problemas práticos, sendo a área clínica a mais famosa. Esta Psicologia Aplicada pode criar constructos científicos, que é o caso de Sigmund Freud, Carl R. Rogers, Carl Gustav Jung, na Psicologia Clínica, além de Kurt Lewin e J. L. Moreno, em outras áreas.

Além da clínica, o psicólogo aplicado trabalha em escolas, empresas, nas terapias de grupos, na criminologia, nas academias de esportes, no clubes esportivos, nas propagandas, nos hospitais e no tratamento de adicções (drogadicções).

Essas duas áreas, a de produção científica e a Psicologia Aplicada, são práticas aceitas pelos Conselhos de Psicologia. O psicólogo não quebrar o sigilo de seu cliente sem seu consentimento (há casos onde esta quebra de sigilo é possível, como no caso de alguém que pode colocar em risco a vida de outra pessoa, ou a sua própria ou nos casos de abuso sexual de crianças,em que a legislação do país exija a denúncia).

Necessidades da multidisciplinaridade

A Psicologia nasceu de estudos filosóficos e fisiológicos, e por isso carrega traços destes dois tipos de conhecimento. Atualmente, ela incorporou outros conhecimentos ao seu próprio, trabalhando lado-a-lado com estes. É o caso da psicologia social, por exemplo, que trabalha com bases teóricas de sociólogos, antropólogos, teólogos e filósofos, tais como Auguste Comte;Marcel Mauss; Levi-Strauss e Michel Foucault. O próprio Carl Gustav Jung trabalha com trabalhos antropológicos, podendo traçar as diferentes culturas com símbolos em comum.
A psicologia comunitária faz trabalho em campo, junto a assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. Os conhecimentos destas áreas se fundem.

A psicologia jurídica trabalha com funcionários do direito, assim como os psicólogos hospitalares trabalham com médicos, enfermeiros e outros agentes promotores de saúde. Há, também, a área da psicopedagogia, que trabalha com conteúdos da pedagogia no campo da aprendizagem.

A mais recente área de interdisciplinaridade da psicologia é a neuropsicologia. Este ramo da psicologia incorpora os conhecimentos das neurociências do comportamento. Esta área começou por ser puramente de investigação, estudando as relações entre funcionamento cerebral (neuroquimica, neurofisiologia, neuroanatomia) e o comportamento dos indivíduos. Actualmente, já ultrapassou o âmbito da investigação pura e tem um campo de aplicabilidade prática, seja no diagnóstico, seja na recuperação de funções cognitivas perdidas (AVCs, traumatismos cranianos)integrando-se à equipe multidisciplinar de reabilitação (fisioterapia, fonoaudiologia, etc.). Em Portugal o exame de neuropsicologia é requerido por muitos profissionais da medicina, como é o caso de neurologistas e psiquiatras, sendo que este se torna útil nas juntas médicas que decidem a atribuição de invalidez para o trabalho. Também a vertente de recuperação das funções cognitivas é muito requerida, em especial nos casos das patologias cerebrais degenerativas (demências).

Algumas áreas da Psicologia, como a Psicologia Transpessoal e, em partes, a Psicologia Analítica, necessitam de estudos em física e metafísica para que possam se tornar conhecimentos amplos acerca do ser humano, seja em analogias, seja em estudos sobre eventos parapsicológicos, sendo que estes estudos são recentes e não se constituem plenamente como ciência psicológica.

Tanto as áreas alheias da Psicologia citadas quanto a própria Psicologia precisam trabalhar unidas. Quando tratam de interesses em comum, os conhecimentos se cruzam e aumentam, e é possível que existam diferentes pontos de vista em constante diálogo. Comitês de Bioética trazem esta multidisciplinaridade, agindo sobre problemas corriqueiros e controversos. Estes comitês são formados por outras correntes do conhecimento, além do psicólogo, como médicos, enfermeiros, advogados, fisioterapeutas, físicos, teólogos, pedagogos, farmacêuticos, engenheiros, terapeutas ocupacionais e pessoas da comunidade onde o comitê está inserido. Eles decidem aspectos importantes sobre tratamento médico, psicológico, entre outros.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia

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